“Meu
conterrâneo, o grande poeta cubano Alberto Serret, disse que admirava a
plasticidade da minha poesia e a poesia da minha obra plástica. Eu gostei da
ideia. E o que é melhor / pior, acreditei nela.
Trinta
anos depois, parece que certos ingredientes da fórmula insinuada por ele
continuam os mesmos.
Três
séries, recentes, aprofundam de maneiras diversas no lado sensual-erótico que
sustenta essa poética. Em ‘Eros’ mergulho
em corpos alugados. ‘Physical’, série
em andamento, é um regresso a mim mesmo, às origens sem limite de uma retórica
que -meu amigo ia gostar- quer apenas ser livre... de retóricas, de
preconceitos.
Em
‘Pepper mind’, representada aqui por
vinte imagens, construo um corpo de fronteiras duvidosas... A forma original é
um pretexto, pouco importa; é mutilada, distorcida; é um instrumento em função
de uma metáfora que, vítima (?) das tantas armadilhas da mente, se insinua, escorrega,
incomoda, se desfaz em outras, muitas figuras, mais ou menos poéticas, até para
mim desconhecidas.
O
branco, o preto e os cinzas consequentes, a preocupação formal e o rigor
evidente ao compor, são temperos com prazo de validade indeterminado: já são
quatro décadas de uso! O lápis, a pedra litográfica, aos que há uma referência
inegável, cederam espaço a lentes, sensores, diafragmas... A outras luzes. A
diferença abismal entre ambos mundos não vai mudar, porém, nestas fotos, o que
é destino marcado de toda criação: o êxtase, a indiferença, a rejeição, a
apropriação... ficam por conta do espectador. O artista não passa de um simples
provocador.”
5 comentários:
Gente! Beleza pura. Gostei de tudo. Pô que felicidade estrar no meio de amigos cultos e amigas cultas e belas.
Espero que a exposição venha para o Rio de Janeiro.
Já está no caminho, Marcos. É só aguardar..! Obrigado, Balducci!
Que ótimo! Estamos aguardando. :D
Muito Sucesso! Estou aguardando a exposição no Rio! Bjs!
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